No Brasil falta verdade nas críticas feitas ao governo federal quando se trata do porquê os alimentos subiram e ainda se mantém altos.
O preço dos alimentos foi afetado queiram ou não pela valorização cambial, condições climáticas adversas e o aumento das exportações dos principais produtos do setor tais como: carne bovina, soja, café, milho e arroz em menor quantidade.
O grande vilão da alta dos preços dos alimentos no ano passado e nesse ano foi o café, cujas exportações representaram 25,4% da produção nacional.
Segundo a Associação Brasileira do Café – ABIC, o café moído foi um dos grandes culpados da alta de 7,96% dos alimentos e da inflação no Brasil em 2024.
O produto teve alta de 39,6% no ano passado e sozinho teve o quarto maior impacto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA.
O IPCA registrou alta no ano de 2024 de 4,83% sendo que o café foi responsável direto por 0,15 pontos percentuais.
Segundo o Ministério da Agricultura, as carnes foram o principal destaque do mês, com um record histórico de exportações em novembro atingindo US$ 2,45 bilhões (+30,2%). A carne bovina foi o principal produto com US$1,23 bilhão (+29,9%). Sendo essa seguida pelo frango e carne suína. O crescimento foi impulsionado por maiores volumes de exportados e preços médios mais altos.
A situação mostrada acima explica o porquê da alta do cafezinho e da picanha. Esse resultado do livre mercado defendido pelos economistas liberais e neoliberais, nele o governo federal não pode interferir, os preços são regulados pela oferta e demanda existente no mercado.
Não menos importante do que o café e as carnes, principalmente a bovina, a soja também contribuiu para o aumento dos preços dos alimentos, uma vez do total produzido em 2024, (72,4%) foi exportado, restando para a produção de óleo e farelo apenas 27,6% da produção.
O milho que também tem um impacto direto no custo das aves, também contribuiu para a alta da inflação, haja vista que (40,0%) da sua produção foi destinada às exportações.
O farelo soja e o de milho tiveram alta e impactaram junto das exportações para o aumento da dúzia de ovos, um substituto tanto carne bovina, suína e frangos pelo cidadão mais empobrecido da população.
Portanto se a comunicação do governo federal fosse boa as pessoas, que sentem o impacto da alta dos alimentos nos supermercados, açougues, mercearias e outras formas de varejo não estariam atacando tanto o governo.
Por Júlio Paschoal
Economista e Professor Universitário
Assessor de Economia da FTIAEG TO DF
